quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

António Aleixo (O Poeta Popular)








ANTÓNIO ALEIXO
Poeta 1899-1949

O Poeta António Aleixo, foi Guardador de cabras, cauteleiro, cantor popular de feira em feira, soldado, polícia, tecelão, servente de pedreiro em Fraça e poeta cancioneiro.

PERCURSO DE VIDA

1989-18 de Fevereiro, ás 4 horas da manhã, nasce António Fernandes Aleixo (seu nome completo), na freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, filho de José Fernandes Aleixo, tecelão, natural da freguesia de S. Clemente, concelho de Loulé e de Isabel Maria Casimiro, natural de Vila Real de Santo António, onde se receberam e são paroquianos, residentes na Rua do Principe. Neto Paterno de António Fernandes Aleixo e de Francisca de Jesus e materno de Silvestre Casimiro e de Maria da Encarnação.
Foram padrinhos, Domingos Samídio, marítimo, casado e sua filha Luisa Semídio, solteira. Foi baptizado a 24 de Junho de 1899, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Encarnação, em Vila Real de Santo António
1906-Oa pais de António Aleixo transferem-se para Loulé.
1907-António Aleixo começa a frequentar a escola.
1909-Depois de dois anos de escola, dá-se a primeira revelação do talento de improvisador a cantar as Janeiras
1912-Aprendiz de tecelão, ofício do pai. De 1912 a 1919 é a prática do ofício. Como cantador de improvisos, em festas a convite de amigos, ás vezes retribuido, vai treinado o seu jeito de versejar.
1919-Apurado para o serviço militar
1920-18 de Janeiro é incorporado no Regimento de Infantaria 4. A 29 de Abril, é dado como pronto da instrução de recruta, passa a soldado pronto e começa a intrução de corneteiro.
1922-Alista-se na Polícia em Faro. É o guarda nº 44. É promovido a guarda de 2ª classe em 7 de Julho.
1923-27 de Novembro, é louvado pelo então comissário do posto Carlos Augusto Lyster Franco.
1924-Casa-se em Loulé.
1928-1930-Vai para França como servente de pedreiro.
1931-Regressa a Portugal.
1931-1933-Fixa residência em Loulé e vende cautelas e gravatas.
1937-Classifica-se em 4º lugar nos jogos florais em Faro.
1939-1940-Um amigodo poeta, José Rosa Madeira, junta algumas quadras em duas folhas de papel, que irão ser o núcleo do seu primeiro livro «QUANDO COMEÇO A CANTAR»
1940-É operado ao estômago.
1943-Lança o seu primeiro livro a 25 de Abril, precisamente num Domingo de Páscoa. Ainda em 1943 o estado de saude agrava-se. É internado no Sanatório de Covões com tuberculose. Em Maio desse mesmo ano é publicado o primeiro artigo referente ao seu livro (Quando Começo a Cantar) por Cândio Marrecas, no Jornal de Beja
1943-1949-Permenece no Sanatório, regressando em Outubro para ficar.
1949-16 de Novembro, morre António Aleixo, o Poeta fica.

QUATRAS
A vida é uma ribeira
Caí nela infelizmente
Hoje vou, queira ou não queira
Aos trambolhões na corrente.

Crês que ser poeta é não ter
Pão alvo ou carne na mesa?
Mas é pior não saber
Suportar essa pobreza!

O luxo valor não tem
Nos que nascem p'ra pequenos
Os pobres sentem-se bem
Com mais pão luxo a menos

A esmola não cura a chaga
Mas quem a dá não percebe
Ou ela avilta, que ela esmaga
O infeliz que a recebe

A ninguém faltava o pão
Se este dever se cumprisse
Ganharmos em relação
Com o que se produzisse

O homem sonha acordado
Sonhando a vida percorre
E desse sonho dourado
Só acorda quando morre

Quantas, quantas infelizes
Deixam de ser virtuosas
E depois são seus juízes
Os que as fazem criminosas

Sem que o discurso o pedisse
Ele falou; eu escutei
Gostei do que ele me disse
Do que disse não gostei

Tu, que tanto prometes-te
Enquanto nada podias
Hoje que podes; esqueces-te
Tudo quanto prometias

Chegas-te onde pudes-te
Mas nunca devias rir
Nem fingir que não conheces
Quem te ajudou a subir

Os que bons concelhos dão
Às vezes fazem-me rir
Por ver que eles proprios são
Incapazes de os seguir

Mesmo que te julgues mouco
Esses que são teus iguais
Ouve muito e fala pouco
Nunca darás troco a mais

Entra sempre com a doçura
A mentira p'ra agradar
A verdade entra mais dura
Porque não quer enganar

Se te censuram, estás bem
P'ra que a sorte te predure
Mal de ti quando ninguém
Te inveje nem te censure


Textos e quadras da Página da Fundação
António Aleixo

5 comentários:

Manuel Seleiro disse...

Boa tarde!
António Eduardo:
"gostei", deste Poste do "Aleixo".
Um abraço.

Manuel Seleiro,

António Palma disse...

Obrigado Manel, pela pesquisa que tive oportunidade de fazer, este poeta popular tem um espólio invejável é por isso que em breve irei publicar mais algumas quadras de sua autoria.
Um abraço

Rui Seleiro disse...

António o texto do António Aleixo está muito bom, mas que afinidade é que ele tem, aí com essa terra,se ele é Algarvio, ou não foi com essa intenção.
qualquer das maneiras está muito bom, um poeta também muito conhecido ,de Setúbal é o Bocage, também tem um historial, muito rico, para publicares, já que não é tua intenção colocares, só figuras de tomar, continua que levas geito, um abraço
Rui Seleiro

António Palma disse...

Pois é Rui, o facto de António Aleixo não ser oriundo desta zona, não significa que não possamos relembrá-lo e dar a conhecer a sua poesia. Compreenderás que se eu só assuntasse no blogue, temas respeitantes a Tomar, rapidamente ficaria sem assunto para comentar.
Um abraço

Rui Seleiro disse...

Bem a lenbrado sim senhor, mas como estás de inicio, pensei que davas aos teus conterrâneos, o previlégio de serem os primeiros ,e depois com o tempo viriam os outros ,mas tudo bem,um abraço
continuas que levas geito
Rui Seleiro