quarta-feira, 13 de novembro de 2013

CHEIAS DE 1967

Assinala-se dia 25 de Novembro, a passagem do 46º ano das cheias diluvianas de 1967.
Não há memória de que em Portugal tenha chovido tanto como naquele fatídico dia. Torrentes de água deixaram Lisboa submersa. Cinco horas de chuvas torrenciais, mergulharam a cidade na maior inundação alguma vez sentida na região. Faz 46 anos, que as mais severas cheias a que Lisboa e arredores assistiram, provocando um numero de mortes superior a 700 e cerca  de 1100 desalojados em Lisboa, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Alenquer.
A enxurrada matou famílias inteiras arrastou carros, arvores e animais, destruiu pontes, estradas e casas. A chuva atingiu, entre as 19 horas e as meia noite do dia 25, as zonas baixas dos cinco concelhos, porém, só na manhã do dia seguinte, os portugueses, tomaram conhecimento da verdadeira dimensão da tragédia. Urmeira, Póvoa de Santo Adrião, Frielas (povoações da bacia do rio trancão) e a Quinta dos Silvados, em Odivelas, foram os aglomerados populacionais mais atingidos. As casas, de construção modesta, maioritariamente de madeira, foram literalmente engolidas pela violência das águas. Lisboa ficou irreconhecível, a Avenida de Ceuta em Alcântara ficou submersa de lama, o mar de lama, desceu até á Avenida da India, subindo e descendo escadarias, rebentou portas das casa do rés-do-chão, arrastando mesas, cadeiras, bilhas de gás, contentores, etc.
Perto das 23 horas, o dilúvio intensificou-se e a enxurrada arrastou um carro com três ocupantes que circulava na Rua de Alcântara.
 Um repórter do D.N. que no momento cobria o desastre, conta que um soldado se atirou á água e conseguiu resgatar os três ocupantes da viatura. As interrupções de transito, sucederam-se, desde a Avenida 24 de Julho, ao Campo pequeno, da zona do Aeroporto a Santa Apolónia e Avenida Almirante Reis. Na Praça de Espanha e Avenida da Liberdade, só se circulava de barco e nas Estações de Caminho de Ferro, centenas de pessoas ficaram retidas nas carruagens, porque á água submergiu as linhas. O regime de Salazar, tentou minimizar o impacto da tragédia, mas a sua repercussão foi tal, que rapidamente atravessou fronteiras e desencadeou um movimento de solidariedade internacional. Chegaram donativos do Reino Unido, de Itália, do Mónaco e até o então Chefe de Estado Francês, General De Gaulle, enviou um donativo pessoal de 30 mil francos.
O apoio em meios sanitários, veio de França, Suíça e sobretudo de Espanha, que doou mil doses de vacinas de combate á febre tifoide.




 

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