domingo, 3 de abril de 2011

Catarina Ofémia (A Ceifeira Heroína)


. mais Catarina Efigénia Sabino Ofémia, nasceu a 13 de Fevereiro de 1928, na aldeia de Baleizão, uma freguesia do Distrito e Concelho de Beja, era filha de José Diogo Baleizão e de Maria Ofémia. Casou em 1946 (18 anos), com António Joaquim do Carmo, mais conhecido por Carmona, que era cantoneiro da antiga Junta Autónoma de Estradas. No dia 19 de Maio de 1954, quando conjuntamente com mais 13 ceifeiras, reivindicava melhores condições salariais e de trabalho, foi violentamente assassinada pelo tenente Carrajola, oficial dos quadros da G.N.R. Esta é a realidade acontecida naquele dia fatídico. Tudo quanto for dito e escrito   para além disto, podemos considerar que se trata de um mito, já que há muitas contradições relativamente ao seu estado de graça e  á sua filiação partidária. Tudo o que tenho lido á cerca desta tragédia, são muitas as vozes que desmentem, ou colocam algumas dúvidas, relativamente a isto. O médico que executou a autópsia, afirma taxativamente de que Catarina não estava grávida, podemos no entanto admitir que esta afirmação possa ter sido proferida, intencionalmente, com o intuito de proteger o regime de Salazar.
Relativamente á sua filiação partidária, também li vários artigos onde essa versão é totalmente desmentida.
Podemos considerar que talvez aqui tenha havido um aproveitamento político por parte do PCP, como em algumas outras situações conhecidas. Há vários artigos de autores diferentes, em que é desmistificada essa ligação ao Partido Comunista.
O que ficará indelevelmente para a história, é que no dia 19 de Maio de 1954, uma mulher, no auge da sua juventude, foi violentamente assassinada, por um oficial da GNR e que nem a julgamento foi. LAMENTÁVEL
   


3 comentários:

Rui Seleiro disse...

Nesse tempo nem oficiais nem soldados, iam a julgamento fazia-se as maiores barbaridades, e a culpa morria solteira, mas o contrário também é absurdo,hoje um policia mata um ladrão apanhado em flagrante delito, e foge á autortidade que o quer prender,e depois o policia é que vai preso, também está mal, nem 8 nem 80, mas nesse tempo a babárie era mesmo muita, havia um respeitinho, nem podiamos olhar olhos nos olhos delers agora os putos cospem-lhe na cara batem-lhe e fica tudo na mesma, por isso ás vezes na escuiridão da noite , quando á certeza que não há testemunhas, muitos caem ao tejo,para nunca mais voltar e depois caiu, com uma bobedeira, mas são eles, que tratam do assunto, dizem ,dizem..
um abraço, sabes que a campa da mãe da Maria Joana nossa cunhada é lá ao pé da Catarina, eu só vi nesse dia,quando fui ao funeral,tchau

António Palma disse...

Pois é de facto no tempo do anterior regime, valia tudo quando se tratava de preservar o regime. São pertinentes todas as consederações que fazes relativamente ao trato que é dado a um agente da autoridade que tem o azar de dar um tiro na cabeça, ou noutra parte qualquer do corpo, de um vagabundo para se defender. O resultado do comportamento dos tribunais, no que a esta matéria diz respeito, está à vista, cada vez mais assaltos e mais marginalidade.
Um abraço

António Palma disse...

Ainda relativamente ao meu comentário anterior, queria dizer que não reparei na campa da Catarina Ofémia junto à campa dos pais da Joana. Mas não sei se sabes, ela inicialmente, foi sepultada em Quintos e só no pós 25 de Abril foi transladada para o cemitério de Baleizão